VÁRIOS GRANDES CLÁSSICOS EM UM SÓ

    A final decisiva do Campeonato Mineiro foi de várias partidas dentro de uma. Com um primeiro tempo truncado e um segundo tempo repleto de emoções, em que o título parecia pender para o Cruzeiro mas depois mudou de dono, o Atlético bateu o grande rival de virada e conquistou o pentacampeonato mineiro. 

    Para iniciar o jogo, os dois técnicos apostaram em duas formações bem diferentes daquelas utilizadas no primeiro duelo. De um lado, a Raposa voltou a jogar no 4-2-3-1, com apenas dois zagueiros, apesar da ausência de João Marcelo para a entrada de Neris. Já o Atlético entrou também diferente, com três volantes e Zaracho assessorando a dupla de ataque Paulinho e Hulk. 

    Na primeira etapa, o que vimos foi um ligeiro domínio do Atlético, que foi mais perigoso e teve mais a posse de bola para a criação de jogadas. Paulinho inclusive perdeu um gol feito, que poderia ter tornado as coisas mais tranquilas ainda mais cedo. No entanto, faltou criação, justamente pela escalação com poucos homens de criatividade. 

    No segundo tempo, as formações voltaram iguais, mas o Cruzeiro tinha mais apetite. Foi assim que, logo no início, o Cruzeiro começou a aproveitar os erros atleticanos, especialmente na saída de bola, para abrir o placar. Em uma dessas bobeadas, Battaglia perdeu a bola, o ataque cruzeirense se armou bem e Matheus Pereira cruzou para Mateus Vital, que só escorou de cabeça para o fundo do gol. Mais um dos tantos gols de bola aérea que o Galo sofre na temporada. 

    Podendo até tomar um gol, o técnico Nico Larcamón fez então a mexida que acabou com a paciência do torcedor: ganhando por apenas 1 a 0 e ainda na primeira metade do segundo tempo, o argentino sacou Mateus Vital, que sentira há pouco, para colocar o zagueiro João Marcelo, chamando o Galo para cima. Não demorou para o Atlético empatar, em um improvável gol de Saravia.

    Entretanto, o que foi determinante para a vitória atleticana foi a coragem de Gabriel Milito, que fez mexidas ofensivas no time, inclusive tirando um zagueiro para colocar atacantes e meias. Com direito a Saravia de zagueiro e Scarpa de lateral, o Galo foi para cima e virou, com Hulk convertendo um pênalti cometido por Lucas Silva. Depois disso, o Cruzeiro até tentou empatar, mas sem sucesso algum, levando até o terceiro, com Scarpa, em um contragolpe fatal.

    Em suma, foi um clássico de muitas emoções, em que pesaram a qualidade do Atlético e as mexidas dos dois técnicos. Apesar disso, o Cruzeiro está de parabéns pois, desde 2019, foi o estadual em que a Raposa chegou com maiores chances de ganhar. É secar as lágrimas e se reorganizar para um duro Brasileirão que vem aí.

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