BOTAFOGO À BEIRA DO ABISMO

    A situação do Botafogo neste Brasileirão é realmente nada boa, estando na 19ª posição com apenas 23 pontos. A campanha ruim do clube carioca teve mais um capítulo ontem com a derrota para o Corinthians por 2 a 0, no Nílton Santos. Faltando 11 rodadas para o fim do campeonato, a previsão não é boa para o Fogão, que precisa vencer pelo menos sete partidas para se livrar do rebaixamento. Convenhamos que, com o futebol que está sendo mostrado pelo time, tal marca é quase impossível.

    Com uma escalação diferente, com duas dobras de laterais e Pedro Raul na frente, o Botafogo fez um mediano primeiro tempo, assustando o Corinthians logo no início do jogo, em chegada de Warley pela direita. Enquanto isso, o Timão vinha no seu 4-2-3-1 padrão, com Gustavo Silva, Cazares, Otero e Jô formando o quarteto ofensivo. O começo da partida foi bastante equilibrado, com as duas equipes lutando para fazer uma boa saída de bola em meio à chuva que fustigava o gramado, o que dava mais possibilidades de erros defensivos. No entanto, nenhuma equipe conseguiu criar chances claras apostando na pressão ofensiva.

    Depois dos quinze minutos, o domínio passou a ser do Corinthians, que levou perigo pelos lados, vazando o esquema com quatro laterais do seu adversário. Pela direita, Gustavo Silva ganhava praticamente todas de Rafael Forster, que atacava e defendia mal. E foi pelo lado do pseudolateral botafoguense que o Timão marcou: aos 33, Cazares levou a melhor em uma dividida e a bola sobrou para Gustavo Silva, que driblou Forster e fez um cruzamento perfeito para o próprio Cazares marcar de cabeça. Foi um gol para premiar o meia equatoriano, que vem jogando bem nos últimos tempos pelo Corinthians.

    Se o primeiro tempo do Botafogo não foi bom, o segundo foi ainda pior, a começar pelas substituições de Eduardo Barroca, que sacou Victor Luís e Warley para as entradas de Kalou e Babi. Seria melhor se Forster e Kevin saíssem, pois jogavam mal e não conseguiam avançar ao ataque, além de comprometerem no momento defensivo. Mas Barroca não pensou assim e manteve os dois em campo, para a loucura do torcedor alvinegro.

    Foi com dois centroavantes em campo que o Botafogo teve sua melhor chance aos 8 minutos, num quase gol contra de Gil que Walter defendeu bem. Para quem pensava em atacar mais e melhor com as mexidas, criar apenas isso em 45 minutos é muito pouco. Por outro lado, o Corinthians fez um segundo tempo seguro, sem atacar tanto, mas ainda assim acertando o travessão de Diego Cavalieri em chute de Ramiro de fora da área. No finalzinho, ainda deu tempo de Mateus Vital ampliar, aproveitando um "passe" de Kalou para driblar Marcelo Benevenuto e bater no cantinho do goleiro.

    Se a situação do Botafogo não é nada boa, como já dito no início do texto, a do Corinthians é ótima, vivendo um ótimo momento, com quatro vitórias nos últimos cinco jogos, inclusive uma sobre o São Paulo. Com a vitória de ontem, o time pulou para 39 pontos, mesma pontuação do Santos, oitavo colocado. Já que o G6 pode se tornar G8, a possibilidade do Corinthians ir para a próxima Libertadores é cada vez mais real, muito pelo bom desempenho nos últimos jogos. Para quem chegou a temer rebaixamento, esse é um salto imenso em um curto período de tempo.

Em tempo:

_ Diego Cavalieri e Caio Alexandre são os únicos que se salvam nesse time ruim do Botafogo. Chego a dizer que o Botafogo de 2020 é pior que o de 2014, ano do último rebaixamento da equipe.


BOTAFOGO 0x2 CORINTHIANS

Campeonato Brasileiro 2020 - 27ª rodada
Data: 27/12/2020 - 16h
Local: Nílton Santos, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Héber Roberto Lopes
Gols: Cazares 33 do 1°; Mateus Vital 50 do 2°
Cartão amarelo: Éber Bessa e Ramiro

BOTAFOGO: Diego Cavalieri (6); Kevin (4), Marcelo Benevenuto (4,5), Kanu (5) e Rafael Forster (4) (Rhuan, 5); Zé Welison (5) (Lecaros, 5), Caio Alexandre (5), Cícero (5) (Éber Bessa, 5) Warley (5,5) (Matheus Babi, 5) e Victor Luís (4,5) (Kalou, 4,5); Pedro Raul (4,5). Técnico: Eduardo Barroca (4,5).

CORINTHIANS: Walter (6); Fágner (6,5), Jemerson (6,5), Gil (6,5) e Fábio Santos (6); Gabriel (6,5), Ramiro (6) (Xavier, 5,5) e Cazares (7,5) (Marllon, sem nota); Gustavo Silva (7) (Léo Natel, 6), Otero (5,5) (Mateus Vital, 7) e Jô (5,5) (Lucas Piton, 5,5). Técnico: Vagner Mancini (6,5).

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