PREDESTINADO... PARA ERRAR

    Não se pode negar: Gabriel Barbosa, Gabi, o Gabigol, é um jogador predestinado. Ídolo do Flamengo, o atacante formado no Santos tem estrela, sempre aparecendo nos momentos decisivos para salvar seu time, principalmente quando atuava no rubro-negro carioca. Tudo bem que de 2023 para cá esse fator decisivo de Gabriel ficou cada vez mais raro, mas até no meio da má fase o futebol dele apareceu, como nas finais da Copa do Brasil do ano passado contra o Atlético Mineiro. No entanto, dessa vez, Gabigol foi predestinado a errar, e com ele carregar toda a responsabilidade da eliminação para o Corinthians na Copa do Brasil. Gabi falhou.

    O jogo foi bem diferente daquele no Mineirão na quarta. Com Matheus Henrique na vaga do suspenso Lucas Romero, Jonathan Jesus substituindo o lesionado Villalba e Sinisterra no lugar de Arroyo, o Cruzeiro foi a São Paulo para jogar bola, e conseguiu isso por quase 60 minutos na Neoquimica Arena. O primeiro tempo foi quase perfeito: o Corinthians até começou frequentando um pouco o campo de ataque, embora sem conseguir finalizar, enquanto a Raposa chegava com perigo. No lance mais plástico de todos, Matheus Pereira, de bela exibição, acertou um lindo voleio, mas Hugo fez grande defesa, contando com o corte de Gustavo Henrique no rebote de Sinisterra para segurar o empate.

    Apesar de jogar bem, o Cruzeiro não teve um Kaio Jorge com tanto espaço nesse jogo. Se o artilheiro do Brasileirão não apareceu, quem roubou a cena foi outro jogador: vindo do banco após a lesão de Sinisterra, que mais uma vez enfrenta um problema físico em pouco tempo de Cruzeiro, Arroyo entrou e fez a festa no lado direito da defesa do Corinthians. Primeiro, foi dele o gol que abriu o placar no primeiro tempo, de cabeça após cruzamento de Christian, e depois foi ele quem marcou o segundo gol, já no segundo tempo, em assistência de Kaio Jorge. Era o gol do alívio e da passagem do Cruzeiro à frente no placar, mas a partir daí a Raposa pouco jogou.

    O segundo tempo foi bem diferente do primeiro principalmente pela entrada de Rodrigo Garro, que jogou muito e tomou conta das ações do meio de campo corintiano. Assim, após o segundo gol do Cruzeiro, o Corinthians viveu momentos de muita pressão ofensiva, acossando o time mineiro para buscar o empate. O gol até veio rápido, com Matheus Bidu, mas o segundo teimou em não sair, pelas defesas de Cássio e pela falta de pontaria do Corinthians, além da falta de sorte. Foi um período tenebroso do Cruzeiro, que parece ter sentido muito o tento do Timão e esteve desequilibrado mentalmente na partida. Só depois dos 30 minutos que o equilíbrio voltou à equipe celeste, e aí o empate no agregado seguiu até o final do duelo.

    Aí veio o predestinado, como falamos acima. Cássio apareceu bem, defendendo logo a primeira cobrança, de Yuri Alberto, mas na última penalidade, quando só restava a ele decidir a parada, Gabigol bateu mal, fraco, quase no meio, e Hugo catou com tranquilidade. Wallace até perdeu o pênalti decisivo mesmo, já nas alternadas, mas foi a cobrança malfeita de Gabriel que colocou tudo a perder. Agora, é difícil ter clima para a permanência do camisa 9, contratação que teve um mau custo-benefício e não se mostrou acertada. Diferentemente de quando jogou no Flamengo, Gabigol no Cruzeiro se mostrou um retumbante fracasso.

Em tempo:

- Leonardo Jardim fora. Alegando motivos pessoais, com pausa na carreira e tudo, o técnico português pediu demissão do Cruzeiro, que agora procura Tite. Esse final de ano mostra-se terrível para o Cruzeiro. 

CORINTHIANS 1x2 CRUZEIRO (2 a 2 no agregado)

6 x 5 nos pênaltis 

Data e horário: 14 de dezembro de 2025, às 18h (de Brasília)

Competição: volta da semifinal da Copa do Brasil

Local: Neo Química Arena, em São Paulo (SP)

Árbitro: Rodrigo José Pereira de Lima

Público: 47.520 pessoas

Renda: R$ 4.464.311,00

Cartões amarelos: Bidon, Angileri, André Ramalho (COR); Lucas Silva, Matheus Henrique (CRU)

Gols: Arroyo (CRU), aos 39 min do 1º tempo e aos 4 min do 2º tempo; Bidu (COR), aos 9 min do 2º tempo.

CORINTHIANS: Hugo Souza (6); Matheuzinho (4,5), André Ramalho (5), Gustavo Henrique (6,5) e Matheus Bidu (6,5); Martínez (5) (Raniele, 5,5), Maycon (C) (5,5) (Vitinho, 5,5), Breno Bidon (5,5) e Carrillo (6) (Rodrigo Garro, 6,5); Memphis (5,5) e Yuri Alberto (5). Técnico: Dorival Júnior (5,5) 

CRUZEIRO: Cássio (5,5); William (6), Fabrício Bruno (6), Jonathan Jesus (5,5) e Kaiki (6); Lucas Silva (C) (5) Matheus Henrique (7) (Walace, sem nota) e Matheus Pereira (6,5); Christian (6) (Eduardo, 5), Sinisterra (5,5( (Arroyo, 7,5) (Wanderson, sem nota) e Kaio Jorge (5,5) (Gabigol, sem nota). Técnico: Leonardo Jardim (5,5).