O CRUZEIRO NÃO CAI MAIS

    Falei aqui nos últimos dias que o Cruzeiro não tinha mais chance de subir. Pois bem, agora o clube celeste também não tem mais chances de cair, pois venceu ontem o Operário por 2 a 1, abrindo oito pontos para a zona de rebaixamento. Agora é cumprir tabela nos jogos que faltam e pensar na temporada de 2021, que será de muitas mudanças na Raposa.

    Com protesto da torcida do lado de fora do estádio, aumentando ainda mais o típico mau humor de Felipão na entrevista pré-jogo, o Cruzeiro repetiu a escalação da derrota para o Juventude, apostando em Giovanni municiando Airton, Pottker e Sóbis no ataque. Já no outro lado, o Operário veio no tradicional 4-2-3-1, com vários jogadores que já passaram pelo futebol mineiro entre os titulares, como Alex Silva, Ricardo Silva, Pedro Ken e Ricardo Bueno.

    O primeiro tempo foi de domínio completo do Operário, que se mostrava um time insinuante, principalmente com Rafael Oller pela esquerda. O capitão Marcelo formava bem um trio no meio-campo com Leandro Vilela e Pedro Ken, além de Ricardo Bueno sair bastante da área para ajudar na criação. Com essa movimentação, o Operário levava perigo, achando muito espaço no setor defensivo do Cruzeiro. Mas foi numa bola parada que o fantasma teve sua melhor chance, com Ricardo Bueno botando Fábio para trabalhar em falta de pertinho da área.

    Mas justamente quando estava pior, o Cruzeiro marcou. O zagueiro Reniê deu um chutão para afastar a bola, mas Manoel tirou forte de cabeça. A bola acabou encobrindo o zagueiro Ricardo Silva, que se notabilizou no América por seu ótimo jogo aéreo, mas desta vez subiu mal no lance, sobrando limpa para Rafael Sóbis. O centroavante celeste encobriu o goleiro do Operário, completando para o gol. Apesar das dificuldades, Cruzeiro na frente, mesmo que com um gol achado.

    Para a segunda etapa, o Cruzeiro voltou mais aceso, atacando nos minutos iniciais. Logo com 1 minuto, William Pottker já exigia uma defesa do goleiro Martin Rodríguez, após boa trama de Airton pela ponta-esquerda. Só que aí o feitiço virou contra o feiticeiro, pois o Cruzeiro sofreu o empate quando estava melhor: aos 10 minutos, Jean Carlo rolou a bola para Ricardo Bueno, livre, de fora da área, empatar o jogo, botando água no chope celeste. Com o 1 a 1, o Cruzeiro se desconjuntou, ficando aquela tensão no ar. Aproveitando isso, o Operário até chegou a virar o placar aos 13, mas o árbitro marcou falta inexistente de Pedro Ken dentro da área, para delírio completo dos paranaenses.

    O jogo ficou alguns minutos sem chances claras, mas com o Operário mais bem assentado em campo, estando mais perto do segundo gol que o Cruzeiro. Só que quem tem Manoel tem tudo: o zagueiro, que já havia dado uma assistência para o gol de Sóbis, fez um belo lançamento para Pottker, que dominou no peito e marcou o gol da vitória, aproveitando a indefinição do goleiro.

    No resto do jogo, o Cruzeiro ainda perdeu uma chance clara com Welinton, se segurou com Fábio e conseguiu ficar com a vitória, pois o Operário esteve muito nervoso com a arbitragem. Diego Cardoso, por exemplo, que entrara aos 88, foi expulso cinco minutos depois, além de Jiménez, que levou cartão vermelho ainda no banco de reservas.

    Interessante que, enquanto o placar garantiu o Cruzeiro na Série B por mais um ano, o 1 a 1 teve praticamente o mesmo efeito para o Operário, que tem poucas chances de acesso, pois tem 51 pontos contra 56 do CSA, 4° colocado, isso faltando duas rodadas. A 10 dias do fim da Série B, é hora das duas equipes refletirem, para que o final da próxima segundona seja melhor para ambas as equipes.


CRUZEIRO 2x1 OPERÁRIO
Campeonato Brasileiro 2020 - Série B - 36ª rodada
Data: 20/01/2021 - 21h30
Local: Independência, Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Marcelo Aparecido de Souza (PB)
Gols: Rafael Sóbis 32 do 1°; Ricardo Bueno 10 e William Pottker 31 do 2°
Cartão amarelo: Filipe Machado, Ricardo Bueno, Reniê, Pedro Ken, Jean Carlo, Leandro Vilela, Alex Silva, Jiménez
Cartão vermelho: Jiménez e Diego Cardoso

CRUZEIRO: Fábio (7); Raúl Cáceres (5), Manoel (7), Ramon (6) e Matheus Pereira (6); Adriano (6), Filipe Machado (5,5) (Cacá, sem nota), William Pottker (6,5), Airton (5,5) e Giovanni (5) (Jadson, 5,5); Rafael Sóbis (7) (Welinton, 5). Técnico: Luiz Felipe Scolari (6,5).

OPERÁRIO: Martin Rodríguez (5); Alex Silva (5,5), Reniê (6), Ricardo Silva (5) e Fabiano (5) (Diego Cardoso, 4); Leandro Vilela (5,5) (Schumacher, 5), Pedro Ken (6) (Maranhão, 5,5), Marcelo (5,5), Jean Carlo (5,5) e Rafael Oller (6) (Thomaz, 5,5); Ricardo Bueno (6,5). Técnico: Matheus Costa (5,5).

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