O ÍDOLO SOPRA AS VELINHAS

    Eu, como bom goleiro de várzea, desde cedo já tive minhas referências na posição. Passando por nomes como Lehmann, Casillas, Van der Sar e Cech, sempre me inspirei nos grandes arqueiros para jogar bola, seja no quintal de casa ou nos campos por aí. Mas um deles me traz aquela idolatria, aquela vontade de ser como ele, de defender como ele. É do aniversariante de hoje que estou falando, o grandíssimo Gianluigi Buffon. Com 43 anos, o arqueiro italiano sopra as velhinhas, recusando-se a se aposentar, apesar da idade avançada. Hoje, ele já não joga tantas partidas, pois é reserva do ótimo Szczesny na Juventus, mas continua sendo o grande goleiro do século, pelo menos para mim.

    Do alto de seus 1,92, Buffon começou sua carreira profissional no Parma, em 1995, com 17 anos, rapidamente assumindo a titularidade na meta dos Ducali, passando a ser um dos jogadores mais importantes do clube. Na temporada 1998/1999, ajudou na conquista da Copa da UEFA, seu primeiro título como profissional, conquistando também a Coppa Italia no mesmo ano. Suas ótimas atuações renderam um forte interesse da Juventus, que contratou o goleiro no verão de 2001 por uma bagatela recorde de 45 milhões de euros.

    Na Vecchia Signora, Buffon consolidou-se como o grande goleiro que era. Conquistou vários Scudettos, Copas e Supercopas, além de muitos prêmios individuais, participando inclusive da campanha na Série B, quando o time foi rebaixado devido ao escândalo do calciopoli. Gigi só teve insucesso na UEFA Champions League, batendo na trave e não conquistando o título, como na final da temporada 14/15 com a Juventus. Em meados de 2018, após 17 anos de ótimos serviços prestados, Buffon resolveu deixar a equipe, partindo para uma aventura no PSG. Entretanto, após apenas 1 ano, o arqueiro voltou à Itália, onde se encontra desde então, como reserva de Szczesny.

    Pela seleção italiana, Buffon foi um dos poucos que se salvava em meio à desorganização em certos anos e o sucesso em outros. Nas Copas do Mundo de 2002, 2010 e 2014, esteve no time que foi eliminado prematuramente, nas oitavas e na fase de grupos respectivamente, além dos insucessos nas Euros 2004, 2008 e 2012, esta última traumática, perdida na final. Mas o ponto alto da Azurra foi com ele: durante a Copa de 2006, Gigi sofreu apenas dois gols, fazendo ótimas defesas e ajudando seu país a conquistar o tetra, vencendo nos pênaltis a França. É difícil dizer, mas aquele parece ter sido o auge (ou um deles) desse grande goleiro. Em 2017, a história na Azurra acabou de forma traumática, pois a Itália foi desclassificada pela Suécia nas eliminatórias da Copa, o que ocasionou a aposentadoria precoce da seleção.

    Passar dos 40 anos ainda em alto nível é para poucos. Por seu poder embaixo das traves e seu carisma, Buffon é uma referência, um ídolo. Pena que o tempo da aposentadoria está chegando, e não poderemos mais vê-lo em campo, mas quem sabe a carreira não termine com um final feliz, um título inédito? É o que espero que aconteça nesta reta final de temporada.

Gianluigi Buffon, 43 anos, goleiro
1,92 de altura
Times: Parma, Juventus, PSG e Seleção Italiana
Principais títulos: 10 scudettos, 5 coppas, 7 supercoppas, 1 campeonato francês, 1 Copa do Mundo, 1 Copa da UEFA

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