VIVA OS PONTOS CORRIDOS

Há muito tempo se discute qual fórmula seria a ideal para o futebol brasileiro. Alguns preferem mata-mata, com a justificativa de que os pontos corridos tiram a emoção, o calendário fica muito longo e os estádios vazios, por exemplo. Já os defensores dos pontos corridos alegam que sua fórmula traz justiça ao campeonato, pois quem for mais regular ao longo de todas as rodadas vence. Nessa disputa, confesso ser mais adepto da segunda opção.


E com pontos corridos, o que vimos ontem foi um banho de emoção na disputa do título da Série B. América e Chapecoense entraram em campo empatados em quase todos os critérios de desempate, exceto no número de gols marcados. E quem acabou decidindo foi outro critério, o saldo de gols, que deu à Chapecoense seu primeiro título da Série B.


Com os jogos dos dois concorrentes acontecendo simultaneamente, ficava aquela tensão no ar, de que cada gol mudaria quem ficaria com o título. E logo no início, lá em Chapecó, o time catarinense abriu 1 a 0 no Confiança, colocando a primeira mão no título. Mas a disputa era tão ferrenha que, pouquíssimo tempo depois, Rodolfo abriu o placar para o Coelho, levando a taça para o time mineiro.


Os gols foram saindo naturalmente em ambos os jogos. No intervalo, o América já vencia por 2 a 0, enquanto a Chapecoense ganhava por 1 a 0, resultado insuficiente. No segundo tempo, a emoção voltou de vez, com todas as equipes envolvidas nos dois jogos marcando gols, deixando o placar de 2 a 1 nas duas partidas.


O resultado ainda era favorável ao Coelho, mas a Chape não poderia de maneira nenhuma marcar um gol na Arena Condá. Nesse cenário, o jogo do Coelho terminou, e os atletas se juntaram ao redor do campo naquela clássica cena de quem precisa de um resultado paralelo para comemorar.


Pois foi com todos ali reunidos que, lá em Chapecó, um pênalti foi marcado para a Chapecoense, logo no último minuto. Na bola, Anselmo Ramon vinha determinado, disposto a fazer algo para coroar a ótima campanha do time catarinense nessa Série B. E o que ele fez foi digno de festa.


Pois foi com toda confiança que Anselmo, na hora decisiva, bateu de cavadinha, marcando um bonito gol de pênalti e dando o merecidíssimo troféu para a Chapecoense. Festa em Chapecó, tristeza em BH.


No final, aquela cena emblemática. Alan Ruschel, capitão da equipe e sobrevivente da tragédia de 2016, levanta a taça, dedicando a todos aqueles que contribuiram para a Chape estar onde está. Muita emoção vê-lo vivo, jogando bola e comemorando títulos.


E agora, a Série B termina, com a sensação de mais um sucesso de fórmula e de campeonato. Viva os pontos corridos!


Em tempo:


_ Juventude se junta a Chapecoense, América e Cuiabá e estará na Série A 2021, 14 anos depois. Apenas os times verdes subiram.

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