EUROCOPA 2020, DIA 4

    Começou a segunda-feira braba, mas aquele climinha gostoso de Copa do Mundo continua com Europa, com futebol de dez da manhã até às seis da tarde. Vejamos o que de melhor aconteceu nas três partidas do dia:

Escócia 0x2 República Tcheca - 10:00


    O Hampden Park, em Glasgow, recebeu um dos jogos mais interessantes dessa Euro até aqui, e entre duas seleções menores que representam bem o futebol alternativo. E em uma partida repleta de boas chances de ambos os lados, os tchecos mostraram a superioridade e eficiência de seu time e saíram com a vitória, construída por conta de dois gols do centroavante Patrik Schick. O primeiro tempo foi menos corrido, com a Escócia chutando mais e acertando menos, muito dependente das jogadas de Robertson pelo lado esquerdo. Já a República Tcheca tinha maior variedade de jogadas e conseguiu abrir o placar aos 42 minutos, com Schick desviando de cabeça um cruzamento de Coufal. O centroavante fez bom uso de 1,86 para marcar o gol.

    Precisando empatar, a Escócia se mandou para o ataque, indo pra cima com a entrada do camisa 10 Che Adams. No entanto, quem marcou foi a República Tcheca, em um lance histórico: após bola rebatida na defesa tcheca, a bola sobrou para Schick no meio-campo, contra a marcação do zagueiro. Vendo o goleiro Marshall adiantado, o atacante do Leverkusen bateu dali mesmo, a 51 metros do gol, marcando um golaço para desespero do arqueiro escocês. Tentando defender, Marshall pulou todo desengonçado, caindo junto com a bola no fundo da rede. Lance imortal, o primeiro gol do meio-campo nos últimos tempos. É o famoso gol que só Pelé não fez.

    No restante do jogo, a Escócia fez uma pressão absurda, aproveitando bolas paradas para cruzar a bola na área ou entrando a dribles pela direita. No entanto, sempre que foi acionado, Vaclík trabalhando bem, evitando o mínimo gol de honra dos anfitriões. Nos contragolpes, Marshall também fez das suas defesas, colaborando para a manutenção do placar. O resultado deixa a República Tcheca em boa situação para avançar de fase, o que não ocorre desde 2012. Já a Escócia nem jogou mal, mas foi punida pelos vacilos na defesa. O jogo contra a Croácia será importantíssimo para o futuro do país na competição.

ESCÓCIA (3-5-2): Marshall; Hendry (McGregor), Hanley e Cooper; O'Donnell (James Forrest), McTominay, McGinn, Armstrong (Fraser) e Robertson (C); Christie (Che Adams) e Dykes (Nisbet). Técnico: Steve Clarke.

REP. TCHECA (4-2-3-1): Vaclík; Coufal, Celutska, Kalas e Boril; Král (Holes) e Soucek; Masopust (Vydra), Jankto (Hlozek), Darida (C) (Sevcik); Schick (Krmencik). Técnico: Jaroslav Silhavy.


Polônia 1x2 Eslováquia - 13:00


    Se há uma coisa que a Polônia sabe fazer nos últimos tempos, isso é decepcionar. Jogando um futebol burocrático e por vezes dependente de Lewandowski, os poloneses foram presa fácil para uma Eslováquia sedenta por vitória. E liderados pela classe e categoria de um Hamsik que ainda tem muita lenha pra queimar, os eslovacos foram superiores e conseguiram vencer a partida. O gol cedo tambem ajudou, já que Mák conseguiu, aos 18 minutos, fazer uma grande jogada, com canetinha e tudo, e furar a defesa polonesa. Pena pra ele que o gol foi dado como contra do goleiro Szczesny, pois a bola bateu na trave e nas costas do arqueiro da Polônia. Essa foi a única finalização certa da etapa inicial.

    No segundo tempo, o jogo já voltou mais animado, com a Polônia empatando com apenas 1 minuto: em jogada pela esquerda com Rybus, Linetty apareceu para colocar o 1 a 1 no placar, deixando a partida um pouco mais à feição para os poloneses. Mas aí, aos 17, Krychowiak, ainda o camisa 10 da Polônia, fez o favor de ser expulso, complicando o jogo para a equipe alvirrubra. Com um a mais, a Eslováquia se mandou e fez o gol da vitória, com o zagueiraço Skriniar, aos 24 minutos. A Polônia ainda tentou ameaçar, apelando para um show de cruzamentos, mas sem sucesso. Bednarek ainda teve uma baita chance nos minutos finais, mas a bola passou raspando a trave do goleiro Dubravka.

    A partida acabou sendo uma pequena zebra, pelo que se esperava da Polônia do atual melhor do mundo e pelo que não se esperava de uma Eslováquia sem tantos destaques. Mas em futebol a lógica manda pouco, e os eslovacos foram superiores, merecendo a vitória.

POLÔNIA (3-1-4-2): Szczesny; Bereszynski, Glik e Bednarek; Krychowiak; Jozwyak, Klich (Moder), Linetty (Frankowski) e Rybus (Puchacz); Zielinski (Swiderski) e Lewandowski (C). Técnico: Paulo Sousa.

ESLOVÁQUIA (4-2-3-1): Dubravka; Pekarik (Koscelnik), Satka, Skriniar e Hubocan; Hromada (Hrosovsky) e Kucka; Haraslin (Duris), Mák (Suslov)e Hamsik (C); Duda (Gregus). Técnico: Stefan Tarkovic.


Espanha 0x0 Suécia (16:00)


    No primeiro jogo a terminar sem gols nesta Eurocopa, vimos um confronto entre propostas claramente opostas. Enquanto a Espanha pensava em manter a posse de bola para criar chances de gol e sufocar o adversário, a Suécia resolveu se fechar totalmente e apostar num contra-ataque salvador, o típico "jogar por uma bola". E considerando a ideia inicial de ambos os times, foram os suecos quem tiveram um resultado mais satisfatório, que só não foi melhor por causa do azar e da incompetência: no primeiro tempo, Isák acertou a trave em um chute que Marcos Llorente tirou em cima da linha, enquanto Berg perdeu um gol feito no segundo tempo. Fosse Ibrahimovic o centroavante, talvez a Suécia estivesse agora comemorando os três pontos.

    Pelo lado espanhol, os 917 passes trocados e a posse de bola de 85% não foram o bastante para a Fúria sair com a vitória. Até houve oportunidades, o goleiro sueco Olsen fez duas ou três grandes defesas, mas ainda assim a Espanha mostrou pouco pelo que se espera dela. Morata também contribuiu nisso, perdendo gols feitos que poderiam ser melhor aproveitados. Luis Enrique também errou, colocando Gerard Moreno muito tarde no jogo, só aos 29 do segundo tempo. Se tivesse entrado antes, poderia ter ajudado melhor que certos companheiros.

    A Espanha é a primeira das favoritas a não vencer na estreia. Precisará adotar um jogo um pouco mais direto e objetivo para não se complicar nesse grupo. Contra a Polônia, que virá ávida por vencer, é preciso mostrar mais. Já pelo lado sueco, o cartão de visitas foi bom, mas contra a Eslováquia o time não pode se defender tanto como hoje (e nem deve). As coisas ficaram mais claras para o escrete amarelo avançar de fase, assim como na Copa de 2018.

ESPANHA (4-3-3): Unai Simón; Marcos Llorente, Laporte, Pau Torres e Jordi Alba (C); Rodri (Thiago), Koke (Fabián Ruiz) e Pedri; Ferrán Torres (Oyarzabal), Dani Olmo (Gerard Moreno) e Morata (Sarabia). Técnico: Luis Enrique.

SUÉCIA (4-4-2): Olsen; Lustig (Krafth), Lindelöf, Danielsson e Augustinsson; Kristoffer Olsson (Cajuste), Ekdal, Sebastian Larsson (C) e Forsberg (Bengtsson); Isák (Claesson) e Berg (Quaison). Técnico: Jan Andersson.

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