ACIDENTADO, INCIDENTADO E CLASSIFICADO

    O jogo do Brasil na manhã desta terça-feira foi bem duro de assistir. Com muitas mudanças em relação ao empate de 3 a 3 contra a Holanda, poupando várias jogadoras para a próxima fase da Olimpíada, a Seleção Brasileira Feminina fez o básico para bater a Zâmbia por 1 a 0, resultado que a deixa na segunda posição do grupo. Mas valeu o teste, como ritmo para algumas reservas, e também porque escapamos dos Estados Unidos logo de cara. Pena que enfrentaremos o Canadá, e jogaremos contra as americanas ou as holandesas em caso de classificação.

    O primeiro tempo foi realmente muito acidentado. Com um início melhor, o Brasil começou em cima, exigindo uma ou outra defesa da goleira Nali, principalmente em após lançamentos brasileiros explorando a velocidade de Ludmila. Numa dessas jogadas, logo aos 10 minutos, Mweemba fez uma falta na atacante do Brasil logo na entrada da área, recebendo o cartão vermelho. No lance, Ludmila caiu com o joelho na cabeça da goleira, que teve que ser atendida em campo e substituída. O jogo ficou nove minutos parado.

    Na cobrança da falta, aproveitando que a goleira reserva Musole entrou fria, Andressa Alves bateu bem a falta, de canhota, no canto onde a arqueira estava. 1 a 0 para o Brasil e prenúncio de goleada. No entanto, pouco depois ocorreu mais um choque na cabeça, e Bia Zaneratto teve de ser substituída, ocasionando mais quatro ou cinco minutos de prorrogação. No resto da primeira etapa, o que se viu foi um Brasil bem melhor, com superioridade numérica, mas que errava muitos passes, alguns bobos até. Naquele momento, era melhor acompanhar a disputa frenética do vôlei feminino do que assistir ao jogo.

    Para o segundo tempo, o panorama foi o mesmo, e o jogo continuou naquele ritmo lento e com muitos erros de ambos os lados. Pia Sundhage aproveitou para mexer bastante no time, poupando inclusive as referências Marta e Formiga, colocando todas as jogadoras reservas, exceto a goleira, em campo. Já a Zâmbia se defendeu bem e tentava algo com a capitã Banda, mas ela esteve bem vigiada e não conseguiu produzir. No final, o 1 a 0 foi justo pelo volume inicial do Brasil, mas em momento algum o time aproveitou a superioridade numérica.

    A atuação foi o de menos pelo alto número de jogadoras reservas em campo, mas o importante é que o Canadá será o adversário brasileiro nas quartas de final. As canadenses, detentoras do bronze nos Jogos do Rio 2016, virão para cima, mas confio que o Brasil avançará, mesmo com algumas dificuldades. É sexta, no horário ingrato das 5 da manhã, mas tentarei ver e torcer para as meninas do Brasil. Pelo esforço, garra e dedicação, elas merecem a nossa torcida.

Em tempo:

_ Ótima transmissão da Globo, passando por vários esportes diferentes ocorrendo no mesmo horário, como o vôlei feminino (de quadra e de praia), as notícias sobre a ginasta Simone Biles na ginástica artística e as lembranças das medalhas conquistadas na madrugada. É isso que a gente quer ver.

_ Cristiane foi uma grande jogadora, mas vem me surpreendendo positivamente como comentarista. Fala bem e não enxerga apenas o óbvio, além de contribuir muito com seus conhecimentos de dentro da seleção.


BRASIL 1x0 ZÂMBIA
Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 - Futebol Feminino - 3ª rodada - Grupo F
Data: 27/07/2021 - 8h30
Local: Saitama Stadium 2002, Saitama (JAP)
Árbitra: Yoshimi Yamashita (JAP)
Gol: Andressa Alves aos 19'
Cartão amarelo: Angelina e Phiri
Cartão vermelho: Mweemba aos 14'

BRASIL: Bárbara; Letícia, Poliana (Bruna Benites), Rafaelle e Jucinara; Formiga (Julia), Angelina, Marta (C) (Duda) e Andressa Alves (Debinha); Ludmila (Geyse) e Bia Zaneratto (Giovana). Técnica: Pia Sundhage.

ZÂMBIA: Nali (Musole); Belemu, Musase, Mweemba e Tembo; Chanda e Lungu; Chitundu (Phiri), Kundananji (Katongo) e Banda (C); Lubandji. Técnico: Bruce Mwape.

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