EQUILÍBRIO RUIM PARA O SÃO PAULO

    A estreia do São Paulo nas oitavas de finais da Libertadores não foi como os torcedores imaginavam. Além de não jogar o suficiente para quem teve o mando de campo, o Tricolor perdeu chances, teve vários desfalques e ainda perdeu um jogador por lesão. Resultado: um 1 a 1 equilibrado com o Racing em pleno Morumbi, o que deixa as coisas mais difíceis para o duelo da volta na Argentina, ainda mais com o critério do gol qualificado.

    O primeiro tempo do São Paulo foi até razoável. Escalado num 3-5-2 com três volantes e Igor Gomes na frente ao lado de Éder, o Tricolor não conseguiu ficar com a posse de bola, travado pela boa marcação alta do time de Avellaneda. A consequência disso foi um domínio territorial do Racing, que controlava a bola, principalmente com seus zagueiros. Por isso, os chutes de fora da área eram o remédio para aliviar as coisas pelo lado são-paulino. O mais perigoso deles veio com Igor Vinícius, num chute cruzado que deu trabalho para o goleiro Arias.

    O São Paulo perdeu Éder lesionado aos 27 minutos, saindo para a entrada do criticado Vitor Bueno. No entanto, parecia que dessa vez o camisa 12 justificaria tantas chances, estando no lugar e na hora certa para marcar o gol: eram 35 minutos quando Wellington fez cruzamento da esquerda, o goleiro Arias falhou feio na tentativa de segurar e Vitor Bueno, com a bola aos pés, abriu o placar. Céu de brigadeiro para o jogador do Tricolor.

    E ele poderia ter aumentado a vantagem pouco depois, em um contragolpe após erro duplo de Miranda. Wellington serviu bem o atacante na entrada da área, mas Vitor Bueno, cara a cara com o goleiro, perdeu o gol, parando em linda defesa de Arias. Era a chance de ir para o intervalo com uma vantagem de dois gols. E como diz o ditado de "quem não faz leva", o São Paulo levou: eram 46 minutos quando Copetti recebeu a bola de Nery Domínguez, passou por Diego Costa na entrada da área e bateu bem, no cantinho direito de Tiago Volpi.

    Veio o segundo tempo e com ele um jogo mais sonolento, em que as equipes não conseguiam ameaçar com tanto perigo o gol adversário. O Tricolor mexeu, pôs Benítez, Gabriel Sara e alguns garotos em campo, mas nada de sair o gol. Foram 45 minutos fracos por parte do time paulista, que só ameaçou em um bom chute de fora da área que Arias defendeu bem. Já pelo lado do Racing, embora o 1 a 1 estivesse até de bom tamanho, pintaram uma ou outra chance, propiciadas pela boa posse de bola e controle de jogo do time argentino. Tiago Volpi teve trabalho num chute de fora da área, enquanto Mena perdeu um gol feito de cabeça na reta final da partida.

    O 1 a 1 ficou na medida para o que as duas equipes apresentaram nessa terça no Morumbi. O Tricolor veio muito desfalcado, é um time comum sem Daniel Alves, Benítez, Miranda, Rigoni e Luciano em campo. Cobrar algo a mais dos que jogaram ontem é até inviável, já que são muitos garotos. O que o São Paulo precisa é de contratações, ainda mais sem atacantes com a lesão de Éder. Agora é pensar em recuperar quem for possível para o duelo da volta, na terça que vem. O 0 a 0 já elimina o time brasileiro.

Em tempo:

_ O Racing estava há mais de um mês sem jogar, após a derrota na final da Copa da Liga Argentina para o Colón. Com boa posse de bola e uma pressão alta muito bem feita, é um time organizado, embora carente de grandes jogadores.


SÃO PAULO 1x1 RACING
Copa Libertadores da América 2021 - Oitavas de final - Ida
Data: 13/07/2021 - 21h30
Local: Morumbi, São Paulo (SP)
Árbitro: Jhon Ospina (COL)
Gols: Vitor Bueno 35' e Copetti (Nery Domínguez) 45+1'
Cartão amarelo: Lucas Perri, Diego Costa, Arboleda, Mena, Sigali, Correa e Matías Rojas

SÃO PAULO: Tiago Volpi (C) (6); Diego Costa (4,5), Arboleda (5,5) e Léo (6); Igor Vinícius (5,5), Luan (6), Liziero (5,5) (Gabriel Sara, 6,5), Rodrigo Nestor (5) (Talles Costa, 5,5) e Wellington (7); Igor Gomes (5,5) (Benítez, 6) e Éder (5,5) (Vitor Bueno, 5,5) (Marquinhos, 5,5). Técnico: Hernán Crespo (5,5).

RACING: Arias (C) (5); Sigali (6,5), Maurício Martínez (6) (Novillo, 6) e Nery Domínguez (6,5); Juan Cáceres (5,5) (Fabricio Domínguez, sem nota), Aníbal Moreno (4,5), Miranda (6), Ignacio Piatti (5,5) (Matías Rojas, 5,5) e Mena (5); Chancalay (5,5) (Lovera, sem nota) e Copetti (7) (Javier Correa, 5). Técnico: Juan Antonio Pizzi (6).

O craque do jogo: Enzo Copetti (Racing) - foi um jogo sem destaques individuais, então meu voto vai para o camisa 9 argentino pelo seu importante gol para o Racing. Pelo lado do São Paulo, Wellington foi bem, sempre perigoso e com bons cruzamentos pela esquerda.

O pior em campo: Diego Costa (São Paulo) - deixou o atacante argentino driblar sobre ele na entrada da área, além de perder uma ou outra dividida. Mas o voto também poderia ir para Aníbal Moreno, doido para entregar pelo lado do Racing, como também para o goleiro Gabriel Arias.

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