FOI BOM, MAS PODERIA TER SIDO MUITO MELHOR

    A estreia do time masculino do Brasil nos Jogos Olímpicos me surpreendeu. Jogando de forma leve, rápida e ofensiva, a seleção canarinho se mostrou muito à vontade no gramado de Yokohama, onde venceu a Alemanha por 4 a 2. O placar final até assusta pelo alto número de gols, mas o fato é que a equipe brasileira poderia ter feito bem mais se tivesse aproveitado suas chances, não perdendo tantos gols. Mas apesar de tudo, o saldo é positivo para os comandados de André Jardine.

    O primeiro tempo do Brasil foi excelente. Com muita movimentação e bons passes ofensivos, a seleção brasileira facilmente encontrava espaços na perdida defesa alemã, proporcionados também pelo posicionamento equivocado do sistema defensivo da Nationalelf. Nisso, o primeiro gol saiu rápido, aos 7 minutos, com Richarlison precisando de duas chances para marcar. O time do Brasil chegava com extrema facilidade no gol de Florian Müller, e cada lançamento era um Deus nos acuda para a Alemanha. Pena que a seleção não conseguia aproveitar.

    O segundo gol até demorou, mas saiu aos 22 minutos, com Richarlison cabeceando após cruzamento de Guilherme Arana. Jogando muito, o "Pombo", dono da camisa 10 do Brasil, ainda aumentou a conta, oito minutos depois, aproveitando passe de Matheus Cunha. Parecia um revival do 7 a 1, só que agora com os papéis trocados. E o time brasileiro ainda teve a chance de ir para o intervalo com um 4 a 0 no placar, mas Matheus Cunha desperdiçou um pênalti, parando no goleiro Müller. Pelo que ambas as equipes jogaram, nem parecia um Brasil x Alemanha.

    Veio o segundo tempo, e com ele a morosidade tomou conta do escrete brasileiro. Sentado em cima da vantagem, o Brasil não tinha mais disposição suficiente para marcar gols, mesmo continuando a atacar de forma perigosa. A entrada de Torunarigha no lugar de Pieper na Alemanha também foi importante nisso, pois fez o time alemão migrar para um esquema com três zagueiros, liberando os alas. Era a chance do Brasil aproveitar algum contragolpe e matar o jogo de vez, ainda mais depois do gol de Amiri aos 12 minutos, em falha de Santos.

    Mas o que se viu foi um cenário em que o Brasil até ficou mais com a bola nos 45 minutos finais. Quando a Alemanha tentava se recompor, aos 18 minutos, Arnold fez falta em Daniel Alves e foi expulso, recebendo o segundo amarelo. Era a hora do time brasileiro partir para cima e jogar com inteligência para assegurar a vitória. E essa garantia de triunfo parecia cada vez mais distante quando Ache, aos 39 minutos, fez de cabeça o segundo da Alemanha, às costas de Diego Carlos. O 3 a 2 colocava pimenta na reta final do jogo e significava um sofrimento extremamente desnecessário.

    Ainda bem que temos Paulinho, e ele fez o gol final da partida, aos 50 minutos, num chute potente no ângulo do goleiro. Depois da ampla superioridade demonstrada, é incrível que o Brasil só tenha matado o jogo nos acréscimos, quando poderia ter goleado. André Jardine precisa trabalhar isso com o time, porque os gols perdidos hoje podem fazer falta no mata-mata. Pelo menos o 4 a 2 serviu para duas coisas: confirmar nosso favoritismo e, principalmente, manter os pés do torcedor e da imprensa bem colados no chão.

Em tempo:

_ 25 finalizações, 14 delas ao gol: esses números já demonstram como o Brasil foi superior no jogo.
_ Como é bom um joguinho às 8 e meia da manhã. Você já toma aquele café-com-leite e come aquele pão na chapa enquanto assiste um futebol.


BRASIL 4x2 ALEMANHA
Jogos Olímpicos de Tóquio - Futebol Masculino (1ª rodada - Grupo D)
Data: 22/07/2021 - 8h30
Local: Nissan Stadium, Yokohama (JAP)
Árbitro: Ivan Barton (ELS)
Gols: Richarlison 7', 22' e 30'; Paulinho 90+5'; Amiri 57' e Ache 84'
Cartão amarelo: Douglas Luiz, Pieper, Arnold, Stach, Henrichs e Torunarigha
Cartão vermelho: Arnold 63'

BRASIL (4-2-3-1): Santos (5); Daniel Alves (C) (6), Nino (5,5), Diego Carlos (5) e Guilherme Arana (6); Douglas Luiz (5,5) e Bruno Guimarães (7); Antony (6,5) (Paulinho, 7), Claudinho (6) (Malcom, 5,5) e Richarlison (8,5) (Reinier, 5,5); Matheus Cunha (5,5). Técnico: André Jardine (7,5).

ALEMANHA (4-3-3): Florian Müller (7,5); Henrichs (4), Pieper (2) (Torunarigha, 5), Uduokhai (3) e Raum (3,5); Stach (4,5) (Schlotterback, sem nota), Arnold (C) (4,5) e Maier (5); Richter (5) (Löwen, 5), Amiri (5,5) (Teuchert, 5,5) e Max Kruse (5) (Ache, 6,5). Técnico: Stefan Kuntz (4).

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