MAIS UM TIJOLINHO NESSA GRANDE HISTÓRIA

Bruno Henrique é o cara do Flamengo, mais uma vez. (Getty).

    Com Bruno Henrique imparável, Éverton Ribeiro cerebral, Filipe Luís jogando de terno e Diego Alves sempre seguro, o Flamengo foi até Guayaquil e novamente saiu vitorioso. Bruno Henrique, algoz dos equatorianos no primeiro jogo, novamente marcou presença, e converteu os dois tentos que deram a vitória por 2 a 0 ao rubro-negro carioca. Agora, teremos mais uma final de Libertadores pelo caminho, a segunda em três anos, e a expectativa é grande para fazer história de novo. Para quem sofreu tanto contra América do México, León, Olimpia, Universidad de Chile e outros times mais, conseguir esse feito é um grande motivo para sorrir.

    Como o elenco estava quase todo à disposição, visto que Léo Pereira havia sido expulso no jogo anterior e Thiago Maia sentiu uma lesão, Renato Gaúcho teve liberdade para montar o time à sua maneira, escalando seu onze ideal. Assim, David Luiz voltou a fazer dupla de zaga com Rodrigo Caio, Filipe Luís retornou à lateral esquerda e Andreas Pereira fechou o meio-campo com Willian Arão, com o quarteto Éverton Ribeiro, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabriel completando o time. E foi com esse time que o Fla começou tentando atacar, a fim de evitar uma pretensa pressão inicial do time da casa. Dividindo a posse de bola com o Barcelona, o início de jogo foi equilibrado, até David Luiz sair lesionado para a entrada de Gustavo Henrique. No placar, o relógio marcava 10 minutos de jogo.

    A partida era equilibrada, mas Éverton Ribeiro tratou de descomplicar um pouco as coisas oito minutos depois. Em boa jogada vindo de trás, trocando passes e com a bola dominada, o capitão rubro-negro serviu de forma perfeita a Bruno Henrique, que teve calma para driblar o goleiro Burrai e estufar as redes. Méritos para o toque de bola do Flamengo, bem como para a qualidade de seus jogadores. Foi uma jogada para mostrar o bom momento que Éverton Ribeiro vive, recuperado desde a chegada de Renato Gaúcho. Como Arrascaeta jogava mal, ainda sem ritmo por estar voltando de lesão, era o papel do camisa 7 ser o maestro.

    Levando 1 a 0 em casa, o time equatoriano tinha a obrigação de sair para o jogo em busca dos 4 gols que o classificariam para a final. Para isso, o Barcelona aproveitava bem os espaços pelo lado direito, concedidos por Isla, mas Diego Alves aparecia bem, terminando a primeira etapa com três grandes defesas. No entanto, o contra-ataque era rubro-negro, e Andreas Pereira quase ampliou dois minutos após o primeiro gol, finalizando na trave. Assim, o 1 a 0 terminou de bom tamanho para o Flamengo, que conseguia se safar aos ataques adversários e era fatal, já que marcou em sua única finalização certa no primeiro tempo.

    Pelo que foi a etapa inicial, esperava-se um segundo tempo igual, com o Barcelona tentando construir e o Flamengo disposto a contra-atacar. E, apesar da mudança do técnico Fabian Bustos no intervalo, o time rubro-negro confirmou ainda mais seu lugar na finalíssima com Bruno Henrique, aos 5 minutos. Em uma linda jogada coletiva, que começou com uma saída de pé em pé desde o tio de meta até o campo de ataque, contando com a participação de quase todos os jogadores, Éverton Ribeiro deixou Bruno Henrique na cara do gol, e o camisa 27 não perdoou. 2 a 0 consumado.

    No restante do tempo, o Barcelona ainda tentou chegar, mas arriscou muito em chutes de longe e cruzamentos na área, prontamente cortados pela defensiva rubro-negra. Por sua vez, o Flamengo ainda teve algumas chances, mas o terceiro gol não veio. Renato Gaúcho aproveitou para fazer substituições, poupando quem voltava de lesão e sacando o amarelado Andreas Pereira. Até Bruno Viana teve chance, entrando como um volante nos 15 minutos iniciais. Não teve tanto trabalho, e cumpriu bem o seu papel.

    Não foi uma partida brilhante do Flamengo, que não sufocou seu adversário e dominou a posse de bola, apostando mais em uma estratégia de contra-ataque. Mesmo assim, o rubro-negro foi fatal, e soube contornar as dificuldades defensivas, principalmente no primeiro tempo, para sair com a vitória. Enquanto isso, o Barcelona fez um bom trabalho, atacando o Flamengo e aproveitando alguns espaços. Fez um papel digno, pelos sustos que provocou nos dois jogos e pela sua postura, sem apelar nem se retrancar. Merece os parabéns por ter chegado tão longe.

    Como a finalíssima é só em 27 de novembro, daqui a quase dois meses, há tempo sobrando para o Flamengo melhorar ainda mais, principalmente em termos defensivos. O Palmeiras é um time chato, que se defende bem e não tem medo de "enfeiar" o jogo. Por isso, espero um jogo dificílimo em Montevidéu, no mítico estádio Centenário. Não será fácil, mas acredito que dá pra voltar do Uruguai com o tri em mãos, e construir mais uma conquista na gloriosa história do Flamengo. Para esses jogadores, é a chance de fazer ainda mais história pelo clube.

Em tempo:

_ Dos jogos que vi de Rodrigo Caio após a lesão, tenho notado que seu índice de disputas ganhas no jogo aéreo diminuiu. Pode ser só uma impressão, mas o zagueiro, outrora conhecido por ganhar quase todas pelo alto, tem pecado nesse quesito ultimamente. Ontem, cometeu alguns erros nesse tipo de jogada.

_ Andreas Pereira vai se consolidando como titular. Com ele, o time ganha mais poder de finalização, como a bola na trave logo após o 1 a 0 representa.


BARCELONA/EQU 0x2 FLAMENGO (0 a 4 no agregado)
Copa Libertadores da América 2021 - Semifinal - Volta
Data: 29/09/2021 - 21h30
Local: Estadio Monumental, Guayaquil (EQU)
Público:
Árbitro: Roberto Tobar (CHI)
Gols: Bruno Henrique aos 10' do 1º e aos 5' do 2º
Cartão amarelo: León, Piñatares, Andreas Pereira e Willian Arão

BARCELONA: Burrai (C) (5,5); Byron Castillo (5), León (4,5), William Riveros (5,5) e Pineida (6); Carcelén (5) (Perlaza, 5,5), Piñatares (6) (Oyola, sem nota), Adonis Preciado (4,5) (Damián Díaz, 5,5) e Emmanuel Martínez (5,5); Garcés (5) (Cortez, 5) e Mastriani (5) (Sergio López, sem nota). Técnico: Fabian Bustos (5,5).

FLAMENGO: Diego Alves (7,5); Isla (5), Rodrigo Caio (5,5), David Luiz (sem nota) (Gustavo Henrique, 6) e Filipe Luís (6,5) (Renê, 6); Willian Arão (5,5), Andreas Pereira (6) (Bruno Viana, 6), Éverton Ribeiro (C) (7,5), Arrascaeta (5) (Pedro, 5,5) e Bruno Henrique (8) (Michael, 5,5); Gabriel (5,5). Técnico: Renato Gaúcho (6).

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