2017 FEELINGS

    O que se temia aconteceu: o Flamengo perdeu a final da Libertadores. Claro que perder é normal, nem sempre conseguiremos ganhar tudo, mas o que deixa o torcedor rubro-negro mais irritado é que não há mais salvação para a temporada. Eliminado nas semifinais da Copa do Brasil e sem chances palpáveis de conquistar o tri brasileiro, o Flamengo terminará a temporada 2021 sem títulos realmente relevantes, o que não acontecia desde 2018. É tempo de reformular, mas com inteligência acima de tudo.

    Como faltam apenas quatro jogos para terminar o Brasileirão, o importante no momento é pensar o ano que vem, quais serão os ajustes necessários para a próxima temporada. Um deles já foi feito, como a saída do fraco Renato Gaúcho, mas a mudança não deve passar somente pelo nome do técnico, seja ele europeu, sul-americano ou brasileiro. É preciso modernizar e profissionalizar o Flamengo, sucateado e prejudicado pela gestão equivocada de Rodolfo Landim, Marcos Braz, BAP e companhia. É preciso trocar, se não nos cargos de chefia do futebol, o que é bem improvável, mas também no departamento médico, que somou mais episódios de vergonha e desleixo em 2021. Chega de amigos de atletas na preparação física, um traço de amadorismo.

    Desde sábado, a imprensa vem ventilando vários nomes para assumir o Flamengo, passando desde o argentino Marcelo Gallardo até os portugueses André Villas-Boas e Carlos Carvalhal. Não conheço a fundo o estilo de nenhum deles, mas não adianta escolher o nome do técnico sem um projeto bem pensado. Ao que parece, os incompetentes da gestão rubro-negra não têm nenhum plano articulado.

    Agora é focar em 2022. Mudar um pouco o elenco, trazendo jogadores para posições carentes e nos desfazendo de alguns refugos, como Bruno Viana, Léo Pereira e Vitor Gabriel. Para os jogos restantes, eu daria prioridade aos jovens, como Hugo, Ramon, Matheuzinho, João Gomes, Matheus França, entre outros que se destacarem na base. Nada de Diego Alves, Isla, Diego, Renê, Kenedy, Vitor Gabriel, enfim, jogadores que já sabemos o que podem jogar. O futuro do Flamengo são esses jovens jogadores.

    E assim, em crise, o Flamengo termina a temporada 2021 de forma vexatória, quase tão vergonhosa como a de 2017. Se naquele ano o Fla fez feio na Libertadores, caindo para o San Lorenzo num dos últimos lances, foi vice da Sul-Americana dentro do Maracanã e perdeu a Copa do Brasil para o Cruzeiro, o time de 2021 foi derrotado na final da Libertadores, não ganhará o Brasileirão e caiu cedo na Copa do Brasil. Pelo time que temos, nós flamenguistas esperávamos muito mais.

Em tempo:

_ O principal assunto do dia no Flamengo é o caso Andreas. Tenho evitado falar desse assunto porque o acho muito menor se comparado a outros que dizem respeito ao clube em sua magnitude, mas após a acolhida calorosa de membros de uma torcida organizada com o jogador, me senti obrigado a falar: por ele ter entregado um gol na partida mais importante dos últimos dois anos para o Flamengo, merece ser muito cobrado, com vaias e pressão. Entretanto, nada de agressão ou xingamentos desnecessários, pois os verdadeiros culpados estarão nos camarotes do Maracanã. Agora, se ainda quiser ficar no Flamengo, Andreas precisará jogar muito para receber o perdão da torcida.

_ Fim do casamento entre Renato Gaúcho e Flamengo. Depois de um grande início, em que iludiu inclusive este cronista que voz fala, o técnico começou a mostrar sua incapacidade na derrota por 4 a 0 para o Inter em pleno Maracanã. Depois vieram mais tropeços e a eliminação na Copa do Brasil, que suplantaram de vez o trabalho de Portaluppi. Hoje, quase no fim de 2021, Renato não é técnico para o Flamengo, e é capaz que ele nunca seja.

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