CLÁSSICO PADRÃO

    O clássico mineiro da Série A seguiu o script final de outros duelos envolvendo Galo e Coelho nos últimos tempos: mesmo proporcionando dificuldades para o Atlético e tentando jogar de igual para igual para igual, o América acabou perdendo no detalhe por 1 a 0 e soma mais um clássico se vencer, o que já é de praxe nos últimos tempos. Tudo bem que a expectativa nem era de vencer, afinal, o Galo é bem mais qualificado e líder do campeonato, mas um empate certamente era o que o Coelho queria. Melhor para o Atlético, que soma sua vigésima vitória na Série A e chega cada vez mais perto da pontuação necessária para assegurar o título.

    O América até começou bem o primeiro tempo, com muita vontade e empenho na marcação, além de algum desafogo no ataque, representado pela velocidade de Ademir pela ponta-direita. No entanto, tal pressão inicial durou apenas 10 minutos, e rapidamente o Galo tomou o domínio do jogo. Mesmo com alguns desfalques, todos no sistema ofensivo, o time alvinegro foi superior, criando algum perigo para o goleiro Matheus Cavichioli. O que atrapalhava a abertura do placar pelo Atlético era o quarteto defensivo do América, bem postado e fechando bem o espaço, além do capitão Juninho, sempre presente nas roubadas de bola. No quesito ofensivo, o América achava passes com alguma qualidade, mas Patric, jogador que tinha mais liberdade, errava na tomada de posição, seja na finalização, como em uma furada ridícula, ou no cruzamento.

    Por sua vez, o Galo tinha mais qualidade e, mesmo com dificuldades, criava: Zaracho caía bem pela esquerda, pelo lado do campo oposto ao que normalmente joga, e Vargas se aproximava de Hulk pelo centro, enquanto Savarino, o mais sumido do jogo, era anulado por Marlon pela direita. Com a troca de passes rápidos entre os três primeiros, o time alvinegro era perigoso, e o melhor lance da primeira etapa foi do líder, em um bom contra-ataque puxado por Zaracho que Vargas finalizou para fora. O 0 a 0 ao fim dos primeiros 45 minutos ainda não ilustrava aquilo que acontecia no jogo.

    Veio o segundo tempo e os dois times alternaram o domínio do jogo, embora o Galo estivesse ligeiramente melhor. Até que duas substituições mudaram o rumo da partida: as entradas de Diego Costa no lugar de Savarino, no Atlético, e de Fabrício Daniel na vaga de Felipe Azevedo pelo lado americano. Foi no lance seguinte à entrada do atacante alviverde que Guilherme Arana abriu o placar, em lance que começou com uma bola nas costas de Fabrício, que fechava por ali, passou pelos pés de Diego Costa e encontrou o lateral-esquerdo na área, livre para fazer o 1 a 0. Foi o segundo grande descuido defensivo do América no jogo, já que há pouco o Galo havia tido uma chance em um lance parecido.

    O placar deixou o Atlético mais cômodo no jogo, se defendendo bem e deixando a bola para o Coelho, que nada acertou com real perigo. Mesmo com as entradas de Ribamar, Bruno Nazário e Marcelo Toscano, o Coelho não achou espaços na defesa alvinegra e assustou pouquíssimo o goleiro Éverson, errando na criação de jogadas. No final, o 1 a 0 demonstrou bem o que foi o jogo, um clássico padrão como tem sido nos últimos tempos: o América ameaça, tenta, chega, mas quem vence é o Galo, que mesmo não tendo jogado tão bem assim, foi mais eficiente, méritos desse time repleto de qualidade. Com 65 pontos e uma distância de 10 pontos para o segundo colocado, o título é realidade cada vez mais certa.

Em tempo:

_ Mais de 60 mil presentes no Mineirão. Festa da torcida atleticana, carente por esse título que não vem há 50 anos.

_ Boa arbitragem de Wilton Pereira Sampaio. Fugindo da sua irritante característica de marcar muitas faltas, parando demais o jogo, o árbitro goiano foi bem, mandando a partida seguir e não dando qualquer faltinha. É esse o tipo de arbitragem que gosto.

ATLÉTICO/MG 1x0 AMÉRICA/MG

Campeonato Brasileiro 2021 - 30ª rodada

Data: 07/11/2021 - 16h

Local: Mineirão, Belo Horizonte (MG)

Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO)

Gol: Guilherme Arana aos 17' do 2º

Cartão amarelo: Savarino, Junior Alonso, Guilherme Arana, Fabrício Daniel e Bruno Nazário

ATLÉTICO/MG: Éverson (6); Mariano (6,5) (Guga, sem nota), Nathan Silva (6), Junior Alonso (C) (6,5) e Guilherme Arana (6,5) (Dodô, sem nota); Allan (6), Tchê Tchê (5,5), Savarino (5) (Diego Costa, 6) e Zaracho (6,5) (Réver, sem nota); Vargas (7) e Hulk (6,5). Técnico: Cuca (7).

AMÉRICA: Matheus Cavichioli (6,5); Patric (5,5), Ricardo Silva (6), Bauermann (5,5) e Marlon (6); Lucas Kal (5,5), Alê (4,5) (Bruno Nazário, 5,5) e Juninho (C) (6,5) (Marcelo Toscano, sem nota); Ademir (6,5), Felipe Azevedo (5) (Fabrício Daniel, 5) e Mauro Zárate (5) (Ribamar, 5). Técnico: Marquinhos Santos (5,5).