NA FINAL DOS AT(H)LÉTICOS, GALO LEVA MAIS UM BI



    Apesar de uma vantagem de 4 a 0 adquirida pelo Galo no jogo de ida, a segunda final da Copa do Brasil foi um jogo brigado, disputado e tenso. No entanto, mesmo jogando em casa, o Furacão não conseguiu demonstrar as virtudes que o levaram para a decisão e ao título da Copa Sul-Americana e, sem jogar bem, acabou derrotado pelos alvinegros por 2 a 1, perdendo a chance de conquistar a copa nacional. O resultado premia o verdadeiro melhor time do Brasil, aquele que venceu com méritos Brasileirão e Copa do Brasil, mostrando domínio sobre os demais. Mais uma vez, 2021 foi o ano do Galo.

    Fora os fracos 20 minutos iniciais, em que os dois times pouco jogaram e a partida ficou muito parada por conta de confusões, rodinhas e discussões, o jogo teve cara de final, sem espetáculo. O primeiro chute certo só foi sair depois dos 15 minutos, por parte do Athletico Paranaense, que até começou à frente no placar, com Pedro Rocha, o substituto de Nikão. No entanto, o gol foi bem anulado pelo VAR, que pegou toque de mão do atacante no lance. Enquanto isso, do outro lado, o Galo abriu o placar no lance seguinte, em contra-ataque puxado por Hulk a partir de um corte errado de Marcinho que foi parar nos pés de Keno. Iluminado, o ponta-esquerda marcou mais um gol importante na temporada.

    O lance do gol demonstra como o Furacão esteve em frangalhos no primeiro tempo, sobretudo em termos de concentração e nervosismo, o que ocasionava erros bobos, principalmente nos passes. Assim, aproveitando da fragilidade do Athletico, o Galo chegava com perigo, mas não conseguia marcar por pouco. Dessa forma, Hulk e Keno tiveram suas chances, mas não conseguiram aproveitar.

    Veio o segundo tempo e o Furacão voltou melhor, mais concentrado em jogar, sem apelar para a intimidação. Jogando assim contra a clara postura de contra-ataque do Galo, o time paranaense bem que tentava marcar, mas esbarrava nas suas próprias limitações e na boa marcação alvinegra para empatar. Mingotti, que substituiu o lesionado Renato Kayzer no primeiro tempo, até chegou a fazer 1 a 1, mas um impedimento foi bem marcado no lance.

    Como todos sabemos, o Galo tem um contragolpe fatal, ainda mais quando tem Hulk em campo, um jogador muito forte que consegue romper a marcação. Assim, foi através dele que o time mineiro ampliou: aos 30, o Athletico perdeu outra bola no ataque e o alvinegro armou o contra-ataque, achando Hulk na medida para encobrir o goleiro Santos com uma cavadinha. Faltando 15 minutos mais os acréscimos, o título já estava garantido.

    Já acomodado com a derrota, foi a vez do torcedor do Furacão soltar a voz, empurrando o time num gesto meio que de gratidão por essa temporada, em que o time já teve um título para chamar de seu. Foi a partir do apoio de seu torcedor que o Athletico marcou seu gol de honra, aos 42, com Jaderson. Ao final do jogo, o 2 a 1 deu a medida apropriada do que foi o jogo. O Galo muito melhor, com mais qualidade e mais organizado, venceu o esforçado e desesperado time do Athletico Paranaense.

    Foi, como dizem os entendidos, um resultado que dá a verdadeira medida da diferença entre as duas equipes. O Galo é melhor, tem mais grana, melhores jogadores, enfim, é superior em todos os aspectos. Para o Furacão levar esse título, seria necessário muita concentração e muita força, características que faltaram muito, principalmente no jogo do Mineirão. Assim, com um 6 a 1 no agregado, o Atlético Mineiro ganhou merecidamente mais um título para engordar sua sala de troféus no Lourdes, em Belo Horizonte.

Em tempo:

_ Como toda final, foi um jogo ruim tecnicamente. Os 20 minutos iniciais foram os piores: muita treta em campo, jogadores caídos por qualquer contato, empurra-empurra etc. É por essas e outras que o futebol brasileiro vai perdendo cada vez mais o interesse do público e das novas gerações. A arbitragem fraca de Daronco contribuiu muito para a feiura do jogo.

_ Por falar em arbitragem, faltou marcar um pênalti para os rubro-negros ao fim do primeiro tempo. Junior Alonso nitidamente acerta o rosto de Léo Cittadini na área.

_ Vergonhosa e desprezível a atitude racista de alguns torcedores na Arena da Baixada. Mereciam ser punidos exemplarmente, mas aqui no Brasil essa questão não é tratada como deveria.


ATHLETICO/PR 1x2 ATLÉTICO/MG (1x6 no agregado)
Copa do Brasil 2021 - Final - Volta
Data: 15/12/2021 - 21h30
Local: Arena da Baixada, Curitiba (PR)
Árbitro: Anderson Daronco (RS)
Gols: Keno aos 25' do 1º; Hulk aos 30' e Jaderson aos 42' do 2º
Cartão amarelo: Renato Kayzer, Abner, Léo Cittadini, Eduardo Vargas e Jair

ATHLETICO/PR: Santos (C) (6); Marcinho (3,5) (Khellven, 5,5), Pedro Henrique (5,5), Zé Ivaldo (4,5) e Abner (5); Erick (5), Christian (3,5) (Fernando Canesin, 6), Léo Cittadini (4,5) (Jader, 5), Pedro Rocha (5,5) (Jaderson, 6) e Terans (5); Renato Kayzer (4,5) (Vinicius Mingotti, 5). Técnico: Alberto Valentim (4,5).

ATLÉTICO/MG: Éverson (6,5); Mariano (6,5), Igor Rabello (6,5), Junior Alonso (C) (6) e Guilherme Arana (5,5); Allan (7), Jair (6) (Tchê Tchê, sem nota), Zaracho (7,5) (Savarino, 5,5) e Keno (7,5) (Calebe, 5,5); Eduardo Vargas (5,5) (Nacho Fernández, 6) e Hulk (7) (Eduardo Sasha, sem nota). Técnico: Cuca (7).

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