IN-SU-POR-TÁ-VEL

Wilmar Roldan e seu cartão vermelho - além das consultas ao VAR - chamaram a atenção no duelo de ontem.

    O jogo da Seleção Brasileira contra o Equador simplesmente não aconteceu. Afinal, não dá pra se chamar de um jogo de futebol uma partida em que as polêmicas de arbitragem tomam conta e muito tempo se perde parado. Na tarde/noite de ontem, o colombiano Wilmar Roldán deu um show de incompetência: pelo menos 4 lances foram interpretados equivocadamente por ele e o árbitro de vídeo teve que intervir. Não fosse por isso e veríamos uma grande injustiça no Estádio Atahualpa.

    E olha que a coisa começou boa para o Brasil. Logo aos 5 minutos, Casemiro abriu o placar depois de entrevero na área advindo de um escanteio. Era o início dos sonhos na altitude, que poderia se tornar ainda melhor com a incrível expulsão do goleiro Domínguez, aos 12, depois dele ter acertado em cheio as travas da chuteira no queixo de Matheus Cunha. No entanto, instantes após esse lance, o já amarelado Emerson foi imprudente e acabou expulso depois de falta dura em Estrada. Daí pra frente não houve mais jogo.

    Pelo horário da partida, não pude assisti-la com olhos atentos. No entanto, percebi uma incapacidade da Seleção Brasileira de conseguir se adaptar ao jogo com 10, principalmente no setor ofensivo. Com 10 contra 10, foram poucas as chances do time brasileiro, e embora o Equador não tenha chutado certo a gol na primeira etapa, o time da casa levava algum perigo. Éder Militão e Daniel Alves, que entrou para cobrir a lateral direita, pareciam em outra rotação.

    Veio o segundo tempo e com ele uma dificuldade ainda maior do Brasil, com direito a gol equatoriano anulado logo nos primeiros instantes. O Equador seguiu atacando bem e levando algum perigo, mas esbarrando na conclusão, enquanto o Brasil era inerte, não conseguia criar. Aos 12, quando saía do banho, vi o árbitro marcar um pênalti equivocado para o Equador, e lá se foi Wilmar Roldán recorrer ao VAR para corrigir o lance.

    O gol de empate do Equador só saiu aos 30 minutos, em cobrança de escanteio definida por Torres. O empate era merecido pelo que as duas equipes jogavam em Quito. No fim, o Equador teve outra chance para virar o placar, quando Roldán novamente marcou um pênalti polêmico, expulsando Alisson, mas o VAR corrigiu mais uma vez. O 1 a 1 acabou justo.

    Foi uma partida que chamou a atenção mais pelas suas polêmicas, divididas duras e velocidade do que pelo futebol em si. Os dois times ficaram devendo, principalmente o Brasil: Vini Jr esteve longe de repetir suas atuações pelo Real Madrid, Éder Militão idem e Alisson foi inseguro, lembrando até seu irmão Muriel. Já classificado, o time de testes do Brasil não passou no exame.

Em tempo:

_ O árbitro de vídeo Leodán González merece receber um salário triplicado hoje, pelo tanto que trabalhou e pela qualidade de suas intervenções. Esse é o típico jogo de almanaque para explicar a importância do árbitro de vídeo.

_ Com tantas polêmicas, é até difícil analisar essa partida meticulosamente. Mas fato é que o Brasil não foi bem.


EQUADOR 1x1 BRASIL
Eliminatórias da América do Sul - 15ª rodada
Data: 27/01/2022 - 18h
Local: Estádio Olimpico Atahualpa, Quito (EQU)
Árbitro: Wilmar Roldán (COL)
Gols: Casemiro aos 6' do 1º; Torres aos 30' do 2º
Cartão amarelo: Enner Valencia, Moises Caicedo, Emerson, Alisson, Raphinha, Éder Militão
Cartão vermelho: Domínguez aos 15' e Emerson aos 20' do 1º

EQUADOR: Domínguez; Angelo Preciado (Romario Caicedo), Torres, Hincapié e Estupiñán; Gruezo (Ayrton Preciado), Alan Franco (Galíndez) e Moises Caicedo (Méndez); Plata, Enner Valencia (C) e Estrada (Carcelén). Técnico: Gustavo Alfaro.

BRASIL: Alisson; Emerson, Éder Militão, Thiago Silva e Alex Sandro; Casemiro, Fred e Philippe Coutinho (Daniel Alves); Raphinha (Antony), Vinicius Júnior (Gabriel Jesus) e Matheus Cunha (Gabigol). Técnico: Tite.

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