SÓ FALTOU O GOL

    O duelo de rubro-negros pela Copa do Brasil na noite de ontem teve uma nota só durante os mais de 90 minutos: o Flamengo em cima, dominando o adversário e encurralando-o no campo de defesa, e o Athletico/PR todo atrás, tentando suportar a pressão e acertar um contra-ataque mágico. Foi nesse ritmo que o jogo se desenvolveu, e dado o que se viu durante toda a partida, o placar de 0 a 0 ao final ficou ruim para o Fla e ótimo para o Furacão.

    Com Pedro e Gabigol entre os titulares e a presença de Éverton Cebolinha e Vidal no banco, o Flamengo veio a campo com força máxima para tentar uma vitória e levar uma boa vantagem para o terreno inóspito da Arena da Baixada no jogo da volta. Já o Athletico de forma extremamente defensiva por Luiz Felipe Scolari, sem atacantes de ofício, três zagueiros e três volantes, sendo Fernandinho um deles. Assim, só pelas escalações já é possível perceber qual era a estratégia das duas equipes para o jogo.

    E no primeiro tempo, o Flamengo foi muito mais feliz em sua tática, pressionando o Furacão, dominando a posse de bola e criando boas oportunidades, mas parando no bom goleiro Bento ou na falta de pontaria dos atacantes, como em uma chance clara perdida por Gabigol por volta dos 20 minutos. Já o Athletico, coitado, era só tentativa e erro, tentando marcar as investidas flamenguistas mas falhando muitas vezes, pois o Fla conseguia abrir espaços através das jogadas de lado de campo. Só faltou mesmo uma subida mais incisiva de Rodinei pela direita, para assessorar melhor Éverton Ribeiro e Gabigol que caíam por ali.

    No segundo tempo, o Flamengo continuou em seu ritmo forte e esteve ainda mais perto de balançar as redes de Bento. Pedro chegou a acertar a trave em uma cabeçada, bem como Gabigol em um chute de canhota. Quando o poste não estava lá para parar uma finalização rubro-negra, Khellven salvou em cima da linha um chute de Gabi que era gol certo. A bola teimava em não entrar no Maracanã.

    Enquanto eu infelizmente cochilava no início do segundo tempo, Dorival Júnior fez duas trocas, colocando Vidal e Cebolinha nos lugares de João Gomes e Éverton Ribeiro. A primeira substituição parece ter sido acertada, apesar de que a saída de Thiago Maia (que fez um grande jogo, diga-se) ser melhor recomendada pois o jogador estava pendurado, mas a segunda não se justifica, pois Gabigol merecia sair. No entanto, as substituições serviram para manter o ritmo do Flamengo bem alto no jogo, principalmente a entrada de Vidal, que fez um grande jogo e quase marcou o seu. Já Everton foi bem vigiado e não teve espaço algum para correr pela ponta-esquerda.

    No fim, o Flamengo tentou bastante, mas não conseguiu marcar seu gol, enquanto o Furacão não atacou e deu pequenos sustos em cruzamentos, mas nada relevante como o incrível número de 0 finalizações corretas demonstra. Em suma, o Fla foi muito superior e por pouco não conseguiu o gol, um pouco por falta de competência e um pouco por falta de sorte. Já o Furacão sofreu muito e, apesar de também ter tido sua competência, teve mais sorte que juízo, pois se retrancou demais e não atacou. Agora é o duelo da Arena da Baixada, e espero um jogo bem diferente no sul do Brasil.

Em tempo:

_ Depois do jogo de ontem, surgiu uma discussão nas redes sociais sobre a postura do Athletico no jogo. Minha opinião é de que nós, como analistas, não devemos ser tanto ao céu quanto ao inferno: o time paranaense não mereceu de modo algum o empate, pois sofreu muito e pouco atacou, se limitando a defender e apostando em uma retranca excessiva e na cera desde o início do jogo. No entanto, a equipe também tem seus méritos, bem como o treinador, que conseguiram o resultado final, apesar do sofrimento.


FLAMENGO 0x0 ATHLETICO/PR
Copa do Brasil 2022 - Quartas de final - Ida
Data: 27/07/2022 - 21h30
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP)
Cartão amarelo: Gabigol, Thiago Maia, Arrascaeta, Léo Pereira, Bento, Erick, Fernandinho, Léo Cittadini e Matheus Felipe
Cartão vermelho: David Luiz

FLAMENGO: Santos; Rodinei, David Luiz, Léo Pereira e Filipe Luís (Ayrton Lucas); Thiago Maia, João Gomes (Vidal), Éverton Ribeiro (C) (Éverton Cebolinha) e Arrascaeta; Gabigol e Pedro. Técnico: Dorival Júnior.

ATHLETICO/PR: Bento; Pedro Henrique, Thiago Heleno (C) (Matheus Felipe) e Nico Hernández; Khellven, Hugo Moura, Fernandinho (Léo Cittadini), Erick e Abner; Cuello (Marcelo Cirino) e Terans (Vitinho). Técnico: Felipão.

O CRAQUE DO JOGO: Léo Pereira (Flamengo) - com muita força pelo alto, botes e uma boa saída de bola, Léo Pereira fez mais um excelente jogo, dando solidez à defesa. Outrora renegado, o zagueiro vem fazendo um ótimo trabalho sob o comando de Dorival Júnior. Quem merece menção honrosa também é Vidal, que fez um grande segundo tempo, e Khellven, que salvou um gol feito de Gabigol.

O PIOR EM CAMPO: Terans (Athletico/PR) - escolhi o uruguaio, mas seu companheiro de ataque Cuello também poderia ter sido escolhido, pois esses dois jogadores simplesmente nada fizeram na partida - nem mesmo segurar a bola na frente. Já no Flamengo, Gabigol merece ser citado pelos gols perdidos e Cebolinha por ter acertado poucas jogadas.

NOTA DA ARBITRAGEM DE Luiz Flávio de Oliveira (SP): Nota 2 - a arbitragem merece um capítulo a parte nesse jogo. Com duas expulsões não dadas, primeiro para Gabi por um chute em Fernandinho no primeiro tempo e depois por um carrinho violento de Arrascaeta na segunda etapa, o árbitro também não deu um pênalti claro em cima de Léo Pereira e se rebaixou demais para as reclamações de Fernandinho. Ademais, Luiz Flávio também marcou faltinhas irritantes e inexistentes, principalmente de David Luiz, o que com certeza levou à expulsão do camisa 23 no final do jogo, e deu poucos acréscimos. A resume bem o que foi essa arbitragem desastrosa.

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