UM CLÁSSICO ANTI-CLÍMAX

    Antes do clássico deste domingo entre São Paulo e Corinthians, eu tinha duas expectativas para esta partida. A primeira, pensando apenas no jogo em si e no tamanho da rivalidade entre esses clubes, era de que tinha tudo para ser um bom jogo, ainda mais pelo duelo interessante que os dois times fizeram no primeiro turno. Já a segunda, imaginada após verificar as escalações das duas equipes, era a de que o Corinthians tinha tudo para vencer, pois o São Paulo vinha a campo com uma equipe bem descaracterizada, lotada de reservas. No entanto, nenhuma dessas expectativas se confirmou com a bola rolando.

    Em pouco mais de 90 minutos de jogo, o que vimos foi uma partida decepcionante, com bastante equilíbrio, mas nivelada por baixo. O Corinthians, pelos seus 15 minutos iniciais e por ter ensaiado uma pequena pressão em meados do segundo tempo, principalmente após a entrada de vários titulares, jogou ligeiramente melhor, mas ainda pouco para conseguir a vantagem. Já o São Paulo, no que pese ter jogado com time reserva pensando na volta da semi da Copa do Brasil na quarta-feira, pode se dar por satisfeito com esse ponto, mas não em um viés macro, já que foi mais um tropeço na briga contra o rebaixamento. Se continuar pensando tanto nas Copas e relegar o Brasileirão de lado, conseguir uma classificação minimamente satisfatória na liga nacional será cada vez mais difícil, e aí a influência e pressão da torcida só tendem a aumentar no ambiente interno. Rogério Ceni conta com o título da Sul-Americana para evitar que isso aconteça.

Em tempo:

_ Em uma tarde nublada no Morumbi, os gols saíram ainda no primeiro tempo. Com um balaço de fora da área, Yuri Alberto abriu os trabalhos na primeira finalização corintiana no jogo, aos 14 minutos, mas Éder empatou em um pênalti bobo cometido por Gil no centroavante tricolor. No segundo tempo, apesar de ter acertado o travessão em finalização do atacante ítalo-brasileiro, o Tricolor também levou uma bola na trave para chamar de sua e contou com boas defesas de Felipe Alves para se safar da derrota.

_ Em questão de atuações, o Corinthians não conseguiu criar tantas jogadas assim, funcionando muito mais pela movimentação de Yuri Alberto na frente do que pelas subidas dos pontas. No segundo tempo, Roger Guedes e Gustavo Silva até cresceram, mas não o suficiente. Quanto ao São Paulo, conseguiu se defender bem em boa parte do jogo, principalmente com seu miolo de zaga, mas teve pouca criação e seu meio-de-campo participou pouco do jogo, já que a bola era movimentada quase sempre através de chutões.

_ Mateus Vital em mais uma jornada no Corinthians. Com tantas idas e vindas, já parece estar no elenco do Timão há muito tempo, apesar de raramente empolgar.


SÃO PAULO 1x1 CORINTHIANS
Campeonato Brasileiro 2022 - 26ª rodada
Data: 11/09/2022 - 16h
Local: Morumbi, São Paulo (SP)
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (CE)
Gols: Yuri Alberto 14' e Éder (p) 33'
Cartão amarelo: Éder, Miranda, Luciano, Gil e Vitor Pereira

SÃO PAULO: Felipe Alves (6,5); Rafinha (C) (6,5), Ferraresi (6), Miranda (6,5) (Reinaldo, sem nota) e Luizão (6); Colorado (4,5) (Pablo Maia, 5,5), Igor Gomes (5) (Calleri, 5), Talles Costa (6) e Galloppo (5,5); Nahuel Bustos (5,5) (Luciano, 5,5) e Éder (6,5) (Patrick, 5). Técnico: Rogério Ceni (6).

CORINTHIANS: Cássio (C) (6); Bruno Méndez (6), Gil (4,5) (Fagner, sem nota), Balbuena (6) e Lucas Piton (5,5); Du Queiroz (5,5), Fausto Vera (5,5), e Giuliano (6) (Renato Augusto, 6,5); Gustavo Silva (5) (Adson, 6), Roger Guedes (5,5) (Mateus Vital, 5,5) e Yuri Alberto (7). Técnico: Vitor Pereira (6).

O CRAQUE DO JOGO: Yuri Alberto (Corinthians) - com um belo gol e muita movimentação na frente, Yuri Alberto foi o melhor jogador de uma partida sem tantos atrativos individuais. Com esse tento, o centroavante do Timão chega aos 5 gols até aqui com a camisa da equipe paulista.

O PIOR EM CAMPO: Andrés Colorado (São Paulo) - erros na marcação, passes errados e saída de bola ruim foram a tônica da atuação de Colorado no Morumbi. Seu único bom momento no jogo foi ofensivamente, dando uma linda enfiada de bola para Talles Costa no primeiro tempo. Como se trata de um volante, isso ainda é pouco.

NOTA DA ARBITRAGEM DE Marcelo de Lima Henrique (CE) - com 51 anos, o ex-árbitro da federação carioca não acompanha de perto as jogadas, mas tenta se impor mais pelo nome e pela figura que é. Em um jogo tranquilo e bem disputado, o dono do apito foi bem tecnicamente e ainda teve peito para marcar um pênalti de Gil em Éder, mas acabou tendo sua nota prejudicada ao não expulsar o zagueiro corinthiano, o que certamente mudaria a dinâmica da partida. Assim, sua nota é 5,5.

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