UM INÍCIO DE ANO DESASTROSO

    2023 não começou bem da forma que a torcida do Flamengo esperava. Com a perda da Supercopa do Brasil para o Palmeiras e um início pouco empolgante no Campeonato Carioca, o rubro-negro adicionou mais um fato à sua roleta de fracassos neste ano: a eliminação precoce nas semifinais do Mundial de Clubes de 2022. Mostrando um futebol fraco e pouco inspirado, o Flamengo acabou superado pelo Al Hilal logo no primeiro jogo e tornou o tão sonhado bicampeonato mundial apenas um sonho distante.

    O Flamengo foi escalado da mesma forma que na Supercopa do Brasil, com a repetição do célebre time do ano passado, trocando apenas João Gomes por Gerson, enquanto o Al-Hilal, apesar de muitos desfalques, tinha grandes valores individuais do meio para a frente, como Ighalo, Marega, Vietto e Al-Dawsari, dando-se ao luxo de deixar Michael no banco. A disparidade nos dois times não era tão grande assim.

    E o que se viu quando a bola foi um Al-Hilal um pouco melhor, conseguindo sair na frente com um pênalti bestíssimo de Matheusinho sobre Vietto que Al-Dawsari converteu bem. O Fla até buscou o empate com Pedro em uma jogada pelo lado direito de ataque, mas o time saudita voltou à frente do placar em um novo pênalti, desta vez de Gerson, que ainda foi expulso. Com um a menos e atrás no placar, o segundo tempo prometia ser dificílimo para o rubro-negro.

    E acabou sendo mesmo. Vitor Pereira tentou mexer no time, colocando Pulgar para recompor o meio na vaga de Arrascaeta, além de tirar o baleado Léo Pereira para a entrada de Fabrício Bruno. No entanto, o Flamengo não tinha força suficiente para chegar com firmeza no campo de ataque, já que os jogadores erravam bastante, e sofria no setor defensivo com erros bobos, especialmente de Pulgar. Num deles, os sauditas marcaram o terceiro, com Vietto finalizando bem, sepultando o sonho rubro-negro. Naquele momento, o treinador Vitor Pereira tinha acabado de tirar Éverton Ribeiro para colocar Everton Cebolinha, o que acabou com o setor de criação do time, dificultando ainda mais a busca pelo empate. Só no finzinho, nos acréscimos, que o Fla alcançou o segundo gol, com Pedro com o gol vazio a seu dispor, mas o empate nunca esteve próximo. Faltou poder de criação ao Flamengo.

    E assim, o Flamengo coloca a cereja que faltava no intragável bolo do mau planejamento do clube para o Mundial. Ainda estamos em fevereiro, há muita coisa por vir, mas o time precisa de reforços e de uma renovação no elenco. Hoje, ficou claro que faltaram jogadores realmente confiáveis para o meio-campo no segundo tempo. Talvez Matheus França pudesse ter entrado no jogo em vez de Vidal (ou do fraco Pulgar), mas contar só com ele para esse setor não condiz com a grandeza do clube. Ah, que saudade de um Lázaro da vida...

Em tempo:

_ O time de Vitor Pereira ainda não tem uma cara, o que já era esperado em apenas um mês de preparação, mas sigo cético em relação à escolha de Gerson para a vaga de João Gomes em relação ao time do ano passado. O coringa pode ser ótimo com a bola no pé, mas na hora da marcação falta firmeza para o jogador.

_ Expulsão exagerada de Gerson. Tudo bem que o segundo cartão, no momento do pênalti, foi merecido, mas o primeiro foi resultado de um rigor excessivo do árbitro, já que o camisa 20 não simulou o pênalti.

_ Individualmente, acredito que apenas Ayrton Lucas e Pedro se salvaram na minha opinião. O resto, uns mais outros menos, deixaram muito a desejar.


FLAMENGO 2x3 AL-HILAL
Mundial de Clubes da FIFA 2022
Data: 07/02/2023 - 16h
Local: Ibn Batouta Stadium, Tangier (MAR)
Gols: Pedro 20' e 90+1'; Al-Dawsari 4', 45+9'; Vietto 70'
Árbitro: Istvan Kovacs (ROM)
Cartão amarelo: Gerson, Gabigol, David Luiz, Pulgar, Thiago Maia, Pedro, Vietto, Khalifah e Jahfali
Cartão vermelho: Gerson

FLAMENGO: Santos; Matheusinho, David Luiz, Léo Pereira (Fabricio Bruno) e Ayrton Lucas; Thiago Maia (Vidal), Gerson, Éverton Ribeiro (C) (Cebolinha) e Arrascaeta (Pulgar); Gabigol e Pedro. Técnico: Vitor Pereira.

AL-HILAL: Almayouf (C); Abdulhamid, Hyun Soo Jang, Al Boleahi e Khalifah (Jahfali); Cuéllar e Carrillo; Marega, Al-Dawsari e Vietto (Nasser Al-Dawsari); Ighalo (Michael). Técnico: Ramón Díaz.

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