NA FINAL, GRAÇAS A ROSSI

    Foi no sofrimento, no suor, na raça, na tensão e, principalmente, nas defesas de Rossi. Em uma noite inspiradíssima, o goleiro argentino do Flamengo pegou tudo e mais um pouco e foi peça fundamental para segurar o 0 a 0 na Argentina contra o Racing. Depois de mais de 180 minutos de um jogo tinhoso, o Flamengo está na final da Libertadores após 3 anos.


    Como já se previa, a festa dos argentinos no El Cilindro foi espetacular, com muita gritaria, papel picado - no campo não, diretoria do Inter -, fogos e muita fumaça, tanto que o jogo começou atrasado, vinte minutos depois do previsto. Para o duelo, sem Pedro, Filipe Luís colocou Plata entre os titulares, jogando como falso 9 e trocando muito de posição com os outros jogadores de frente.

    A julgar pelos melhores momentos, o primeiro tempo teve um equilíbrio maior que o primeiro, com chances de ambos os lados, mas a maior parte delas pelo lado do Flamengo. Na melhor delas, Arrascaeta poderia ter feito melhor que chutar a bola no rosto do goleiro Cambeses. Já o Racing assustou mesmo foi numa cabeçada de Conechny, mas Rossi operou o milagre.

    No segundo tempo, embora o Racing pressionasse, tudo ia bem, sem sustos, até a expulsão de Plata aos 11 minutos. Creio que o juiz Piero Maza foi muito rigoroso ao dar cartão vermelho direto para o camisa 50 rubro-negro, visto que não há uma imagem clara que denuncie a agressão e que o árbitro nem viu o lance, mas Plata também foi muito infeliz na jogada ao revidar uma provocação do zagueiro Rojo. Agora o desfalque é pesado para a grande final da Liberta.

    Com um a menos, Filipe Luís emulou o jogo contra o Corinthians na Copa do Brasil do ano passado, em que Bruno Henrique havia sido expulso, e tirou a dupla Carrascal e Arrascaeta para as entradas de Danilo e Bruno Henrique. As mexidas melhoraram o time, que passou a se defender muito bem em uma linha de 5, com três jogadores no meio e Bruno Henrique fazendo uma pressão na frente, sendo o desafogo do Flamengo. Assim, o jogo passou a ser esse até o apito final: pressão do Racing, com cruzamentos e chutes de fora da área, que iam para longe ou Rossi defendia, e o Flamengo tirando a bola buscando sempre Bruno Henrique. Quando a bola era recuperada pelos argentinos, o ciclo se repetia.

    A tônica do jogo foi essa até o final, com Rossi sendo importante em pelo menos três defesas, sendo a última delas, já nos acréscimos, a principal, um verdadeiro milagre para salvar o time da derrota. Ao apito final do confuso árbitro Piero Maza, os jogadores do Flamengo comemoraram muito a vaga na grande decisão, merecidamente. Agora, nesse quase um mês faltando para a final, é recuperar quem estiver mal, poupar quem tiver que poupar e chegar com muita energia em Lima, no dia 29 de novembro. Todos juntos pelo tetra da Libertadores.


RACING 0x0 FLAMENGO (0-1 no agregado)
Libertadores | Semifinal Volta
Local: Estádio Presidente Perón (El Cilindro), Argentina
Data e horário: 29/10/2025 às 21h30
Arbitragem: Piero Maza (CHI), Cláudio Urrutia (CHI) e José Retamal (CHI)
Cartões amarelos: Mura (RAC), Marcos Rojo (RAC), Ayrton Lucas (FLA)
Cartão vermelho: Plata (FLA).

FLAMENGO: Rossi; Varela (Emerson Royal), Léo Ortiz, Léo Pereira e Alex Sandro; Erick Pulgar, Jorginho (Evertton Araujo) e Arrascaeta (C) (Bruno Henrique); Luiz Araújo (Saúl), Carrascal (Danilo) e Plata. Técnico: Filipe Luís. 

RACING: Cambeses; Mura (Martirena), Colombo, Marcos Rojo e Gabriel Rojas; Zuculini, Nardoni (Zaracho) e Almendra (Balboa); Solari (Vietto), Conechny (Vergara) e Adrían Martínez. Técnico: Gustavo Costas.

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