SÓ NÓS SOMOS TETRA

    Acabou a Libertadores 2025 com um belo final feliz para nós flamenguistas. Com gol do herói Danilo de cabeça, o Flamengo bateu o Palmeiras e faturou o tetra da Libertadores com muito merecimento em Lima. Nos pouco mais de 90 minutos, quem jogou melhor levou a taça, e a equipe rubro-negra agora é a equipe brasileira com mais taças da principal competição do continente, algo inimaginável até uns 7 anos atrás.

    Nas escalações, nenhuma surpresa. O Palmeiras entrou em campo com aquele time que já era cogitado nos últimos dias, especialmente após poupar contra o Grêmio pelo Brasileirão. Assim, o esquema era um híbrido de três zagueiros e uma linha de quatro atrás, com Bruno Fuchs cumprindo esse papel diferente em campo. Na frente, Vitor Roque, Flaco López, Raphael Veiga e Allan eram as esperanças ofensivas do alviverde. Por sua vez, sem Pedro e Plata, Filipe Luís mandou a campo um time com Carrascal pela direita, Samuel Lino pela esquerda e Bruno Henrique centralizado, sendo amplamente abastecidos por Arrascaeta na armação. O cenário era de um jogo muito duro e disputado.

    O primeiro tempo confirmou essa expectativa, mas o Flamengo começou melhor, com mais posse de bola, criatividade e organização ofensiva, enquanto o Palmeiras tentava marcar e conseguia, até que relativamente bem, perto da sua área. Pela esquerda, Samuel Lino deu muitas dificuldades para a marcação do fraco Khellven, enquanto Carrascal e Arrascaeta estavam um pouco sumidos e Bruno Henrique não conseguia progredir utilizando sua velocidade. Ademais, Jorginho não conseguia ter espaço para criar jogo. Nisso, quem se destacava mesmo era Varela, um leão na marcação, além de dar bons passes no campo de ataque.

    No entanto, tudo isso ruiu após o lance de Pulgar em Bruno Fuchs, aos 30 minutos. Depois disso, o jogo ficou bem mais equilibrado e foi assim até o final da primeira etapa, com o Palmeiras encaixando melhor a marcação e tentando criar jogadas, embora sem conexão nenhuma, e o Flamengo errando muito na hora de dar passes mais ousados e ofensivos. Assim, o 0 a 0 insistiu no placar em todo o primeiro tempo.

    Para o segundo tempo, o Flamengo enfim jogou com volúpia e volume de jogo, até mais que no início do primeiro tempo, pressionando e tentando o gol, mas sem conseguir uma chance clara. Quando ela veio, saiu o gol. Numa sequência de escanteios e de lances rondando a área do Palmeiras, o Flamengo conseguiu outra bola parada e abriu o marcador cm Danilo, aos 22 minutos, testando bem uma cobrança de escanteio certeira de Arrascaeta. 1 a 0 para o Flamengo, um gol para entrar para a história faltando pouco mais de 25 minutos para o duelo acabar. Era o momento de segurar.

    Daí para frente, o jogo ficou numa toada só, com o Palmeiras tentando construir, mas esbarrando na falta de repertório, sem resistir à solução fácil de mandar a bola para a área, e o Flamengo defendendo, seja pelo alto, seja por baixo. Até acho que a estratégia de Filipe Luís também era encaixar um contra-ataque, dadas as entradas de Cebolinha, Luiz Araújo e Juninho em todo o segundo tempo, mas foram raros os momentos em que o time rubro-negro conseguiu sair com a bola. Num deles, Éverton Cebolinha humilhou Andreas Pereira com uma caneta fenomenal - que também já havia levado no primeiro tempo - e só foi parado com falta. Pelo lado do Palmeiras, o lance mais perigoso veio aos 88 minutos, quando Vitor Roque recebeu uma bola quase na pequena área pronto para mandar para o gol, mas Danilo, o herói de Lima, se jogou na bola para tirar. Esse lance demonstra muito melhor que quaisquer palavras o espírito e o brio com o qual o Flamengo jogou na tarde/noite da finalíssima.

    Em resumo, ganhou quem jogou alguma coisa na final (embora não tenha sido um jogo bom) e quem teve uma postura maior de buscar o resultado. O Flamengo é tetracampeão da Libertadores, algo que nenhum clube brasileiro pode dizer que tem, um sonho inimaginável para qualquer flamenguista pouco tempo atrás. Sofremos, lutamos, tentamos, passamos vergonha, mas agora merecemos chegar onde chegamos. O Flamengo é o maior campeão brasileiro da história da Copa Libertadores da América, e agora podemos sonhar com ainda mais que isso.

Em tempo:

_ A arbitragem não foi tão destacável, principalmente pela não expulsão de Pulgar e por ter deixado algumas jogadas passarem batido, além da falta de cartão amarelo em alguns lances. No entanto, não tem influência no resultado.

***: avaliações individuais dos jogadores no próximo post.


PALMEIRAS 0x1 FLAMENGO
Local: Estádio Monumental, Lima (PER)
Data: 29/11/2025, sábado
Horário: 18h00 (de Brasília)
Árbitro: Darío Humberto Herrera (ARG)
Cartões Amarelos: Raphael Veiga, Piquerez, Murilo e Mauricio (PAL); Arrascaeta, Erick Pulgar e Jorginho (FLA)
Gol: Danilo, aos 22 minutos do segundo tempo

PALMEIRAS: Carlos Miguel; Gómez, Bruno Fuchs e Murilo (Sosa); Khellven (Giay), Andreas Pereira, Raphael Veiga (Felipe Anderson) (Maurício), Allan (Facundo Torres) e Piquerez; López e Vitor Roque. Técnico: Abel Ferreira.

FLAMENGO: Rossi; Varela, Danilo, Léo Pereira e Alex Sandro; Erick Pulgar, Jorginho e Arrascaeta (Luiz Araújo); Carrascal, Bruno Henrique (Juninho) e Samuel Lino (Everton Cebolinha). Técnico: Filipe Luís.

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